Livro-debate discute armadilhas da procura da felicidade.

Você lida de forma saudável com seus pensamentos e sentimentos dolorosos? Esta é uma importante questão levantada no livro “Liberte-se – Evitando as armadilhas da procura da felicidade”, de autoria de Russ Harris, clínico geral e psicoterapeuta referência na área de gestão de estresse e associado a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). O livro foi apresentado no 13º Livro-debate, dia 25 de maio, no Campus ARACÊ pela pesquisadora e voluntária Eliane Stédile como parte da programação do Encontro PCA.

O livro discute como a busca pela felicidade pode nos fazer entrar em armadilhas psicológicas. Mitos como a ideia de que se você não é feliz, não é normal ou que precisamos nos livrar dos sentimentos negativos para ter uma vida melhor podem nos conduzir a uma luta em direção a felicidade que vai de encontro com a nossa própria natureza, provocando o chamado, na ACT de “sofrimento sujo”. Nos martirizar por pensamentos e sentimentos negativos não é o caminho.

Assim, ao invés de tentar eliminar os pensamentos e sentimentos dolorosos a proposta é de abrir espaço para eles, vivenciando-os sem dramatização. O autor apresenta diversas técnicas para ajudar no desapego de pensamentos e sentimentos desagradáveis. Uma delas é notar não se um pensamento é falso ou verdadeiro, mas, sim, qual a sua utilidade. Também, perceber que pensamentos não refletem uma verdade absoluta e, muitas vezes, são elaborações contextuais da nossa mente. Assim, o autor propõe a técnica da desfusão cognitiva, que consiste em identificar e aceitar que determinado pensamento está passando pela mente, porém, não dar valor para ele uma vez que não é um pensamento benéfico.

O grupo debateu a relevância de tais técnicas apresentadas como uma abordagem inicial no processo de autopesquisa. A desfusão cognitiva poderia ser utilizada, por exemplo, para ajudar na diferenciação pensênica. Apesar de não considerar a bioenergia associada ao pensamento, pois não se está tratando do assunto sob o enfoque do Paradigma Consciencial, a ACT é considerada a terceira onda na Psicologia Cognitivo Comportamental e vem ganhando projeção internacional, de acordo com a apresentação realizada. Neste sentido alguns participantes do debate consideraram a técnica de desfusão cognitiva de difícil aplicação, exigindo um nível de atenção e lucidez alto. As técnicas ajudam a criar um distancimento saudável dos pensamento e sentimentos patológicos, comparável na Conscienciologia ao sobrepairamento, propiciando espaço para uma autoanálise mais lúcida e tranquila.